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ano novo, nostalgia, novos projetos #31


da minha mesa de desenho #31 índice dessa edição

  • fim de ano e gibizão

  • são paulo e tatus

  • plantinha

  • sobre nostalgia

  • vídeo de bicho

  • indicações samantísticas de séries

  • leitores cobaia

  • metas!

olá amigos! fim de ano, um ciclo se fecha outro inicia, planos, metas, blablabla. confesso que não sou muito fã de fazer esses balanços de fim de ano. sei lá, acho meio deprê, parece que sempre fiz muito pouco. e também não traço metas pro ano todo, eu descobri que funciono melhor com mini metinhas ao longo do ano, ao invés de fazer uma lista enorme de coisas em janeiro só pra chegar lá no final e me sentir meio mal por não ter conseguido completar quase nenhuma. então esse ano eu tinha duas coisas que eu queria fazer, e eu as fiz e estou super faceira! sim, to orgulhosa de duas metas, me deixa! o negócio é fazer poucas ou nenhuma meta e aí se sentir um grande vencedor! mas de volta pras minhas duas conquistas desse ano: terminar o gibizão e tatuar em são paulo ok, tecnicamente o gibizão não está 100% pronto porque falta detalhes como capa, mas temos rascunhos:

ah é, o título não tá bem definido ainda... detalhes! "ada e o fantasma" era meu título preferido, porém existe um livro português com nome parecido. a segunda opção é "tem um fantasma no meu quarto" mas sei lá, não gosto tanto, vai que alguém pense que é um livro erótico com fantasmas haha. cara, títulos são difíceis.

 

são paulo foi demais: eu gosto muito daquela cidade, apesar de me sentir meio perdida: pegamos um ape pertinho do estúdio e eu me perdi todas as vezes que eu fui até lá! todas elas! amo apesar de me perder e me sentir uma jeca e quero voltar ano que vem!


tatus de dezembro

 

rip plantinha (sim, morreu pouco tempo depois dessa tirinha...)

 

eu tava ouvindo uma entrevista da maravilhosa jessica abel com o austin kleon (aquele cara do "roube como um artista") e ele fala algo sobre o momento certo pra ler determinados livros ou assistir alguns filmes e isso faz muito sentido pra mim: todas as vezes em que eu reli um livro favorito a experiência foi totalmente diferente, na maioria das vezes (ou será que em todas?) bastante decepcionante. eu acredito muito nisso do tempo certo pra cada experiência. acho que a única coisa que eu consigo rever e sentir mais ou menos o mesmo é seinfeld. eu ainda amo aqueles desgraçados!aí ontem eu resolvi reassistir Hereditário: quando vi pela primeira vez eu me caguei tanto de medo que passei umas 3 noites sem dormir... foi um dos filmes mais assustadores que eu já vi... até ontem quando eu revi: achei mais triste do que assustador, fiquei com dó daquela mãe. e nem achei tãããão assustador assim, apesar daquele pessoal pelado sorrindo de forma bizarra no escuro ainda me dar uns calafrios! ainda sobre nostalgia - porque reler ou reassistir algo que nos marcou muito é tentar resgatar aquele sentimento da primeira vez, então não deixa de ser nostalgia - a última newsletter do marc maron fala sobre a melancolia de voltar pra cidade que ele cresceu: "It’s not that you can never go home again, it’s just that whatever you are looking for isn’t there. It’s within you. It needs to stay there or it will become tragic." eu sinto algo assim toda vez que entro na casa da minha vó. tive tantos momentos felizes lá, mas hoje é uma casa diferente, quase todos que fazem parte dessas memórias já morreram. é fácil se entregar pra uma nostalgia triste. aliás tanta gente já nasceu e morreu naquela casa ao longo de décadas que se fantasmas existem então lá deve ter muitos!


"É verdade quando a filosofia diz que a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás. No entanto, esqueceram de outra frase: que ela só pode ser vivida olhando-se para a frente."


 
"No estoy seguro de que yo exista, en realidad. Soy todos los autores que he leído, toda la gente que he conocido, todas las mujeres que he amado. Todas las ciudades que he visitado, todos mis antepasados..." essa frase aqui do grande Borges
 

crazy bicho lady: vídeo fofim de bicho: essa mama gorila e seu bebê

 

fiquei com vontade de juntar aqui umas recomendações de séries bacanudas que vi esse ano, porque tem duas que se destacaram DEMAIS pra mim: ruptura sabe aquela ideia de espaços liminares? imagina uma série que se passa num lugar assim? e mistura humor, drama e suspense. só a premissa já é muito boa: e se você pudesse separar a tua consciência em duas: uma pra vida em geral e outra pro trabalho e nenhuma lembra da outra.

yellowjackets essa é terror psicológico com uma trilha sonora sensacional, se você curte os anos 90. são colegiais que se acidentaram de avião e agora têm que sobreviver na selva, também mostra como elas estão hoje em dia. é boa demais, gente. tem a christina ricci e a juliette lewis, divas e maravilhosas. menções honrosas: sandman claro que eu precisava falar dessa. eu sou fã de neil gaiman e sandman desde a adolescência. foi o primeiro quadrinho adulto que eu curti: a gente vinha de pelotas pra porto alegre visitar a planeta proibido pra comprar gibis e coisas de rpg. aí com uns 12 anos eu era viciadona em rpg e meio que tinha abandonado os quadrinhos, porque quadrinhos pra mim nessa época eram os infantis ou de heróis. até o dia em que eu vi uma edição de sandman (nessa época saía em edições de revistas) e foi amor à primeira vista. sobre a série: vide alguns parágrafos anteriores: é impossível resgatar aquele amor juvenil que eu senti quando li pela primeira vez, hehe. é uma série bonita, bem feita, eu recomendo e estou até empolgada pela próxima temporada. mas não é minha série preferida do ano. aquivo 81 um terror muito bom, porém a netflix já cancelou uma possível segunda temporada e ficou um final meio aberto, sem graça o gabinete de curiosidades de guilherme del toro um terror estilo tales from the crypt: tem susto, tem risada, tem nojeira, enfim: muito bom! boas também: os diários de andy warhol, departamento de conspirações (uma animação que começa meio caída e vai pegando ritmo mais pra metade) e amor morte & robôs (todas as histórias dessa temporada são demaaaaais)

 

leitores beta: estou começando uma nova hq e vocês vão ser meus leitores cobaias. ainda tá muito na fase inicial, mas vou começar a jogar aqui ideias, rascunhos e trechos. eu sou tão empolgada nessas fases iniciais de um projeto, mas geralmente eu chego num ponto que travo e muitas vezes abandono tudo. a ideia de ir postando aqui é pra meter uma pressão em mim mesma pra seguir em frente! é uma hq, mas tem bastante texto (um desafio pra mim, porque acho meu texto muito caído, mas vamo lá!) sem título ainda, obviamente (eu já disse que títulos são difíceis??)


se eu pudesse escolher um lugar para ficar presa seria numa biblioteca. mas a ironia: como num episódio de twilight zone eu não posso ler nenhum dos livros. meu trabalho é apenas colocá-los no lugar. e eles chegam a todo momento. claro que já tentei ler escondido algumas vezes, mas ele sempre me encontra: meu cárcere e colega de prisão: artur. foi assim que ele surgiu e se apresentou pra mim: como um colega. eu lembro de conhecer artur, mas nada além disso: não lembro como cheguei aqui, não lembro de onde estava antes. na verdade, não tenho certeza de qual é o meu nome. artur é uma espécie de robô, eu acho e me avisa quando novos livros chegam e onde colocá-los. nenhum livro tem título ou capa: todos são cinza e têm apenas uma sequência de números e letras impressos na lombada, aparentemente aleatórios, mas artur sempre sabe onde cada livro deve ir e é meu trabalho colocar cada um em seu lugar nas prateleiras, mesmo sem entender a lógica. cada livro tem um número de páginas distinto: alguns são enormes, parecem ter mais de mil páginas e outros são muito pequenos, já vi livro com apenas uma página. os números e letras desses menores estão na capa. a punição por tentar ler um livro é não trabalhar. não trabalhar parece ótimo. mas não há nada para fazer aqui, não há nem janelas. eu não sei onde a biblioteca começa ou termina, ela parece infinita. a punição é sentar no único sofá que tem aqui e olhar as infinitas prateleiras. uma hora assim é de enlouquecer, eu prefiro o trabalho eterno mesmo que seja meio sem sentido. um dia, quando estava no alto de uma escada colocando livros numa prateleira, me desequilíbrei e deixei cair um dos enormes livros que carregava: 300 ou 400 páginas, capa dura, um trambolho gigante e pesado: direto na cabeça de artur. quando desci pra checar como ele estava, o livro havia caído de páginas abertas e artur estava olhando fixamente pra elas. quando me viu parada atrás dele, gritou: "volte ao trabalho" mas eu consegui ler o primeiro parágrafo. "havia apenas uma casa na rua, uma mansão caindo aos pedaços. a porta está aberta e ela entra. por dentro a mansão está como nova. existem miniaturas na parede, miniaturas dentro de aquários de vidro, um em cima do outro, em todas as paredes, do chão ao teto. o chão é de um quadriculado preto e branco e há cortinas vermelhas na única parede sem aquários. a cortina se abre:

 

e pra fechar essa cartinha (que acabou ficando meio longa): essa tirinha da melhor que nós temos, Laerte


e metas pra 2023 só pra me contrariar lá do começo: eu tenho metas pra 2023, sim. mas são pouquinhas e basicamente iguais às do ano passado. eu quero viajar e tatuar em outras cidades. acho que essa é uma das grandes vantagens de tatuar: a oportunidade de conhecer lugares e pessoas diferentes! além de voltar pra sp eu também gostaria de tatuar em salvador, recife, rio de janeiro, etc. acho que não tenho clientes nesses lugares, mas vamo jogar a ideia aí. aliás, se você mora em alguma cidade com estúdios legais e quer uma tatu minha, fique à vontade pra sugerir. <3 eu também quero avançar nessa nova hq que estou cozinhando aqui. vocês compartilham metas ou é meio segredo? pera, isso é pra desejo de aniversário? enfim, essas aí são as minhas. abração em todos e feliz 2023!


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